Isa Extreme

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"Oração de um cão, abandonado"


Sabe "Senhor", só agora eu, entendi porque meu dono me trouxe à praça naquele, dia. Não foi para passear como eu pensei, ele não tinha esse hábito, mas mesmo assim fiquei contente.
Logo que chegamos, ele me deu as costas e apressado entrou no carro, sem ao menos me dizer adeus. Olhei para os lados, sem saber o que fazer.
Tentei segui-lo e quase fui atropelado. O que eu fiz de tão mau ? À noite, quando ele chegava, eu latia, mas é porque havia estranhos no portão e não podia deixa-los entrar sem a permissão do meu dono. Quem sabe foi minha dona que mandou, talvez eu lhe desse trabalho. Mas as crianças, elas me adoravam. Como sinto saudades ! Puxavam-me a cauda e eu virava uma fera, mas logo passava. Talvez eles nem saibam, devem ter dito que eu fugi.
Estou faminto, só bebo água suja, e todos me desprezam. Estou magro, feio e doente. Sabe "Senhor", neste cantinho que arrumei para passar a noite, sinto muito frio, o chão esta úmido e frio, e quase não tenho pêlos. Creio que vou me encontrar contigo ai no céu, meu sofrimento vai terminar e mesmo em espírito, sei que vou ter a tua permissão para rever as crianças.
Peço-te então, não mais por mim, mas pelos meus irmãos abandonados.
Ajuda-os a encontrar um lar onde possam viver com um pouco de dignidade.
Ameniza-lhes a sede com tua bondade. Elimina o sofrimento de suas chagas, ocasionadas pela ignorância e a insensibilidade do coração do homem. Tira o medo e a dor dos que forem sacrificados em nome de estratégias sanitárias, posturas políticas, científicas, esportivas e outras.
Recebe, ó "Pai", nesta noite gélida, a minha alma, pois não será mais meu sofrimento, mas dos que ficarem, por eles é que te peço.
"Obrigado meu "Deus", pelos momentos de felicidade que eu tive !"

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